sábado, 15 de setembro de 2012

Planejamento de viagens para estrelas em até 100 anos




No dia 13 de setembro de 2012, a cidade de Houston, Texas (EUA), vai sediar um simpósio para discutir uma ideia que tem sido chamada de “muito grande”: desenvolver em 100 anos a tecnologia necessária para viagens interestelares.
A ideia de construir naves para viagens interestelares não é nova, e alguns apontam até que é impossível, já que a quantidade de combustível necessária é imensa, e, portanto, construir uma nave destas consumiria todos os recursos da Terra durante muito tempo.
Mas os idealizadores do 100 Year Starship, ou 100YSS, acreditam que, se durante 100 anos nos dedicarmos a pesquisar e desenvolver a tecnologia necessária, poderemos ter tudo que precisamos para nos lançarmos no espaço em direção a outras estrelas logo em seguida.
O projeto conta com o apoio do ex-presidente americano Bill Clinton, que declarou em um discurso que “este importante esforço ajuda a avançar o conhecimento e tecnologias necessárias para explorar o espaço, ao mesmo tempo que gera as ferramentas necessárias para melhorar nossa qualidade de vida na Terra”.

Por trás do projeto


Liderando o projeto, está a ex-astronauta Mae Carol Jemison. Ela já recebeu uma ajuda de custo no valor de meio milhão de dólares da DARPA, agência de defesa americana, para apresentar um estudo de viabilidade do projeto de viagens espaciais. O projeto apresentado por Jemison foi o vencedor em um simpósio semelhante que aconteceu em 2010.
Jemison, que além de física é também engenheira, deixou a Nasa em 1993, depois de servir por seis anos como especialista em ciência no ônibus espacial Endeavour, sendo a primeira mulher negra astronauta. Depois de sair da Nasa, ela envolveu-se em educação e divulgação e desenvolvimento de tecnologia. Também serviu nas Forças de Paz em Serra Leoa e Libéria, é uma dançarina profissional, e fala russo, swahili e japonês, além de inglês.
A organização de Jemison, a Fundação Dorothy Jemison pela Excelência, já era parceira no projeto com a empresa sem fins lucrativos Icarus Interstellar e um grupo chamadoFoundation for Enterprise Development.

O desafio


Falando assim, parece que é coisa fácil e simples: apenas uma questão de juntar o dinheiro e o material e começar a construção. Mas uma viagem para outra estrela é um empreendimento imenso, principalmente por causa da distância enorme que nos separa das estrelas. “Proxima Centauri”, a estrela mais próxima do sol, encontra-se a meros 4,2 anos-luz, ou cerca de 40 trilhões de quilômetros.
A viagem é muito longa, e uma das ideias é mandar naves multigeração para o espaço. Ou seja, os astronautas que partirem vão certamente morrer antes de chegar ao seu destino, mas seus netos ou bisnetos, que serão treinados como engenheiros, cientistas, astronautas e colonizadores, terão uma chance de chegar à estrela.
Durante todo o tempo da viagem, a nave toda terá que se virar com energia, alimento, manter o ambiente, cuidar dos doentes e dos velhos, providenciar atividades, desenvolver nova tecnologia, avançar a ciência, manter o moral, etc.
Para isto, o projeto 100YSS precisa criar uma forma revolucionária de geração de energia, sistemas de armazenamento e controle, sistemas avançados de propulsão, avanços radicais em sistemas de suporte de vida fechados, e uma melhor compreensão no desenvolvimento, saúde, comportamento e treinamento humanos, além de avanços em robótica, automação, sistemas inteligentes e técnicas industriais.
No fundo, este projeto, que não tem o objetivo de construir uma espaçonave, mas fomentar o desenvolvimento dos recursos necessários para tanto, tem potencial para revolucionar e provocar os primeiros esforços de colonização na lua e em Marte.[100YSSDaily Mail,Popular Science 1Popular Science 2Space.com, HypeScience]

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